Você com certeza já ouviu e viu alguma coisa a respeito de Elvis Presley, o intitulado Rei do Rock and Roll. Agora, é a vez de dar luz a outra figura que fez parte da trajetória do cantor de Jailhouse Rock: Priscilla Presley, que foi sua esposa durante 6 anos, sendo conhecida por muitos como seu grande amor.
Nesta cinebiografia de 1 hora e 50 minutos somos embalados pelo percurso da vida de Priscilla em seu relacionamento com Elvis Presley. Durante a narrativa comandada pela direção de Sofia Coppola viajamos pelo decorrer do tempo e a evolução das atitudes abusivas do “rei” e seu impacto na vida da protagonista.
A joia desse longa claramente é a atuação de Cailee Spaeny, que faz você enxergar a menina por vezes, assustada e ingênua, mas que estava completamente apaixonada e comprometida com aquele amor. Ela brilha nas cenas de drama e atrai as atenções durante todo o seu caminho dentro da tela. Infelizmente, isso não se estende a performance de Jacob Elordi no longa.
O ator conseguiu transmitir a essência odiosa do cantor? Conseguiu. Todavia, por mais que seu trabalho aqui em “Priscilla” não seja algo que te incomode por completo, que te tire do sério, ele não entregou uma atuação madura e consistente, principalmente no que diz respeito a tentativa de se assemelhar a voz do famoso morador de Graceland.
Além da direção, Sofia Coppola faz um roteiro assertivo, especialmente no início, quando a personagem central é uma adolescente e o Rei do Rock já está no auge de sua fama, riqueza e charme. A cineasta consegue deixar bem claro a relação de poder que existe entre um casal com uma diferença de 10 anos idade, sem romantizar o relacionamento que começou quando ela tinha 14 anos e ele 24.
A trama dispõe de um ritmo agradável que cresce progressivamente, ao passo que você consegue se envolver com a protagonista. Envolvimento esse que te faz torcer por um ponto de virada em sua vida, que acontecesse em seu terceiro ato, porém, devo dizer que, talvez, Coppola tenha perdido a mão na velocidade de alguns eventos nessa jornada através dos anos, correndo justamente em um dos momentos mais importantes da obra que traçara seu encerramento.
Algo que senti (muito) a ausência foi a de uma trilha sonora mais elaborada e pensada com mais carinho. Mesmo com as músicas de Elvis não sendo liberadas para uso aqui, outros clássicos poderiam ter sido usados para agregar sentimentos nas cenas.
“Priscilla” é um filme simples com um bom roteiro, que conta uma história com começo, meio e fim de um forma bem tradicional, sem surpresas e nem um grande diferencial, todavia te conecta verdadeiramente com a personagem que da título a essa criação.
O filme foi responsável por encerrar a 25ª edição do Festival do Rio 2023, que aconteceu no último sábado (14) no Cine Odeon para os felizardos que garantiram os ingressos antecipadamente. Aos demais, que não obtiveram a mesma sorte, poderão assistir ao filme nos cinemas de todo Brasil a partir do dia 04 de janeiro de 2023.
Nota: 3,5/5
Tribernna 
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