Unindo o místico da fantasia do desconhecido com os mistérios da essência humana, Ishana Night Shyamalan estreia no cinema como diretora com “Os Observadores”, longa protagonizado por Dakota Fanning. Apesar de soar explicativa demais, Shyamalan estabelece sua identidade no cinema com a promessa de uma carreira que vale a pena ficar de olho.
O thriller psicológico foi escrito e dirigido por Ishana Night Shyamalan, filha de M. Night, com base no romance homônimo de A.M. Shine e conta a história de Mina, uma artista de 28 anos que se perde em uma imensa e assustadora floresta natural no oeste da Irlanda. Quando Mina finalmente encontra abrigo, ela acaba presa ao lado de três estranhos que são vigiados e perseguidos por criaturas misteriosas todas as noites.
Com 1 hora e 42 minutos de duração, “Os Observadores” une o universo de reality shows de modo aterrorizante para os objetos de contemplação. Provocando terror com o desconhecido, a direção de Ishana Night Shyamalan brilha quando ela explora o oculto, as sombras e inexplorado, resgatando as sensações dos nossos medos primitivos.
Ao criar criaturas da noite, que não vemos por completo de maneira proposital, aguçando a imaginação e as experiências pessoais do espectador, “Os Observadores” conquista a curiosidade e a atenção completamente imersa de quem assiste. É inebriante a forma como a história é conduzida, principalmente por ter tantos personagens de caráter dúbio e humanizados.
Dakota Fanning conduz a trama de modo que adiciona ainda mais o suspense a trama principal com seus traumas e gostos peculiares por simulações. Ao se encontrar nesse espaço compartilhado de observatório e experimento, os instintos humanos não ganham o destaque necessário. Aqui aparenta haver o medo de elevar ao máximo e ao extremo da humanidade, ficando sempre a mercê do quase, da possibilidade e do “e se”. As coisas mudam um pouco de rumo quando descobrem o bunker secreto, desencadeando uma série de respostas as perguntas feitas durante do filme.
Contudo, “Os Observadores” escolhe terminar de modo diferente do que começou. Deixa de lado o mistério do desconhecido e explica cada característica abordada na trama, exibindo um medo exacerbado de deixar qualquer ponta solta e esquecendo que na maioria das vezes lacunas são necessárias para alimentar um bom suspense. Ishana Night Shyamalan ainda paira sobre a sombra do seu pai e mostra a necessidade de criar plot twists no encerramento da história, até perder a mão e não saber onde parar. Infelizmente, entregando um ato final morno que não condiz com a proposta de seu trabalho.
O filme está em exibição nos cinemas.
Nota: 3/5
Tribernna 
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